quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cantinho

23:15 Junho

O sol já vai longe e as persianas estão caídas, fechadas. Por elas espreme-se uma luz alaranjada que nasce do candeeiro da rua a não mais de 4 metros. Não corre uma única brisa e sente-se no ar um constante zumbido do PC a trabalhar, maldita ventoinha. O pequeno recanto é iluminado por uma lâmpada florescente que baba luz branca desde o cimo até aos frios azulejos brancos do chão que nada combinam com os floreados dos seus irmãos, mais pequenos colados à parede até ao metro de altura, transformando isto em algo frio, hospitalar, apesar do esforço de uma pequena parede pintada a vermelho-sangue-de-boi onde pendura um lindo quadro em tons de sépia. Folhas, folhas é o que aqui não falta, há folhas nos vidros, folhas nas paredes, na porta e na mesa. Desenhos, impressões, imagens, números e letras...nos olhos transporto o cansaço de todo um dia frente ao ecrã, na mão umas palavras para fazer não sei o que, não sei bem para quem, na outra umas estrelas vermelhas feitas pelo meu irmão...um estojo, canetas, marcadores, fita métrica, fita cola, cabos, livros, cadernos, chiclets, uma agenda, cds, um comando e até um jogo de lâmpadas de mínimos jazem espalhados pelas 3 mesas. Este recanto que tenho o gosto em chamar de estúdio/atelier (até brilham os olhos quando o digo) é uma grande parte de mim, Penso que algum dia daquela marquise estranha sairá algo brilhante ou bom e terei a minha história para contar na 3º idade. Já que saia algo, é bom, se faz com que sinta orgulhoso, ai então já compensa o tempo que cá passo! No verão o calor é o prato da estação, no inverno, a chuva que cai sobre a caixa do estores, parecem pregos sobre chapa, deixam-me por vezes surdo.
Mas eu não sou o único a contemplar este espaço como o Harry Potter tem o seu cantinho debaixo das escadas, este espaço também pertence a uma criatura peluda e sinistra, com olhos brilhantes e garras enormes.
Quando sai o sol por entre estes estores creme e a persiana já vai alta, sente-se logo a sua presença, delicada, aproxima-se com cautela, salta, escala tudo com o máximo cuidado, como se de uma pena se tratasse para depois CAIR abruptamente de cima seja lá do que for. A menina quer é deitar-se a apanhar sol e cuidado daquele que a toque, desaparece logo um dedo ou um olho.
Possuo este recanto já fez a pouco um ano, muita coisa por aqui se passou e muita vai passar, desta mesma espelunca escrevo os devaneios que vocês lêem e as ideias assumidas como arquitectura mais estranhas que possam imaginar....e tudo isto faz de mim e o que sou.

sábado, 13 de junho de 2009

Santos Populares

Pela primeira vez, deixei-me conduzir para a confusão dos Santos... e gostei, mesmo não sendo tradicional já que não comi nem sardinhas (uiii que boas...), não bebi cerveja (uiii..outra maravilha) e não andei pelas ruas com um manjerico debaixo do braço.

O melhor dos Santos é ir com os amigos... ora bem ... aqui vai a minha história juntamente com umas dicas..

Estacionar em Santos por volta das 20:00, logo espera-se 1hora pelos outros, sendo as 21h, mortos de fome procura-se um restaurante. São os Santos logo tudo cheio, depois de encontrar um no qual fazem 35 graus, encomenda-se, logo espera-se uma hora porque como bom português não prevenido tem um grelhador para 4 sardinhas e atende pedidos de 12 mesas, logo mais fome, logo comer que nem um louco pão com manteiga e salada e finalmente pagar, logo ar fresco, caminhar para a Bica grande(sugestão), logo... santos+multidão+música+rua de 80mx5m= CONFUSÃO TOTAL, onde passar é algo como ser levado por uma corrente indefinida que passa por uma "maquina de lavagem automática" onde não sabes por onde levas mas és empurrado em qualquer sentido, logo perdem-se as pessoas, e pisa-se o que não se deve, logo tentamos andar como as crianças em filinha india agarrados da roupa ou das mãos ou então levas alguém alto para não o perder de vista(uma bandeira também não é mal pensado).
Mal se consegue um lugarzinho junto a uma porta verde numero 13(por hipótese, não tem porque ser o 13)encontras sempre alguém que conheces, feliz da vida e mamado até as orelhas que dança qualquer coisa com uma fitinha de papel vermelha á cabeça(de preferência com uma marca de cerveja)logo tens de entrar na corrente e dançar até estares cansado e ser hora de ir para casa.
Isto tudo com aguinha fresquinha do Luso apoiante da fundação contra o cancro da mama...aquela da fitinha cor-de-rosa.

E VIVA OS SANTOS...para quem não foi...po ano há mais e vamos todos.